Gestão por resultados: sistemas melhoram monitoramento da rede educacional

Com a gestão orientada por resultados, a Secretaria Municipal de Educação participa do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e Recomposição da Aprendizagem. A ideia é, por meio do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), realizar avaliação educacional em larga escala, monitorar o desempenho e frequência dos alunos, além de permitir que as práticas da equipe gestora e professores sejam reavaliadas para a melhoria do desenvolvimento integral dos estudantes.  

O secretário municipal de Educação, Robério Dias, destaca que o apoio dos sistemas educacionais na gestão possibilita uma visão geral da rede pública municipal de ensino e, ainda, informações detalhadas de cada unidade escolar.

“Com o acompanhamento em tempo real das habilidades dos alunos e também da escola, conseguimos realizar o acompanhamento da aprendizagem e outras atividades de apoio como transporte e alimentação. Temos no município 40 mil alunos e 106 escolas, além de quatro unidades do Cemeaes. A gestão por sistemas facilita ainda o monitoramento de 1.800 turmas. Deste total, sabemos, por exemplo, o quantitativo de alunos infrequentes, atualmente, 1.858. Com isso, conseguimos realizar intervenções de assistentes sociais e orientadores educacionais”, explica o secretário.

Outro fator que contribui com a gestão, segundo Robério, é o monitoramento das rotas do transporte escolar e das refeições controladas por QR Code. “Estamos prevendo a contratação de monitoramento por GPS, permitindo a visualização em tempo real. A medida irá otimizar o uso do transporte escolar”, pontua.

Robério acrescenta que a gestão informatizada do ensino público implica refletir sobre as políticas de educação. Segundo ele, os sistemas podem trazer benefícios como reduzir custos, dar mais autonomia às escolas, fornecer informações em tempo real, contribuir com as decisões mais estratégicas, acompanhar os resultados, entre outros.

Avaliação da fluência

A avaliação da fluência do CAEd está sendo aplicada este mês para os alunos do 1º ao 9º ano de toda a rede pública municipal de ensino. O objetivo é verificar a capacidade do estudante de ler palavras, pseudopalavras e textos voltados à sua etapa escolar de forma fluida e no ritmo adequado. Nesse modelo de avaliação, a criança realiza uma leitura para um professor e tem o seu desempenho associado a um perfil de leitor. A aluna do 5º ano da Escola Municipal Wolfango Ferreira, Gabriela Pereira, 11 anos, realizou a prova esta semana. “Eu gosto muito de ler e cantar. Então acho que fui bem”, afirma.

A professora da mesma escola, Izabella Domingues, conta que a gravação da leitura do estudante é feita por meio de um aplicativo do CAEd, que depois é analisada pelo educador. “Os resultados alcançados pelos estudantes são divulgados na plataforma CAEd da rede de ensino de acordo com diferentes perfis”, ressalta.

Os perfis avaliados são: pré-Leitor, leitor iniciante e leitor fluente, além daqueles que, por alguma razão, não realizaram nenhuma leitura. A partir dessas informações, gestores e professores podem planejar e desenvolver estratégias pedagógicas com foco na leitura de acordo com o nível de desenvolvimento de cada um dos seus estudantes.

Para a análise do desempenho em leitura do estudante, são levados em conta três critérios: precisão, que é a capacidade de ler corretamente as palavras escritas; velocidade ou automaticidade, que diz respeito à realização de uma leitura fluida, sem grandes pausas e dificuldades; e prosódia, que aponta para o uso correto dos aspectos tônicos e rítmicos do discurso, como a pausa na vírgula e a entoação interrogativa em uma pergunta. Além disso, o estudante pode ter de responder questões sobre o conteúdo do texto que leu.

Na primeira medição deste ano, em março, os números apontaram que 53% dos estudantes estavam em desenvolvimento adequado, 24% intermediário e outros 24% em defasagem. Com o resultado, o objetivo da Secretaria Municipal de Educação é oferecer o reforço escolar a partir do próximo ano no contraturno do 1º ao 9º ano.

O CAEd também tem avaliações em Escrita, Matemática e Ciências da Natureza. Este último somente para os alunos do 6º ao 9º ano.

Alfabetiza Rio

Esta semana, os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental participam da avaliação somativa Alfabetiza Rio. Além de avaliar pontos relevantes do processo ensino-aprendizagem, a iniciativa permite que o professor reavalie sua prática docente atendendo às necessidades do estudante. O intuito é também ser um suporte para as ações pedagógicas.

Em 2023, a avaliação identificou que 19,8% dos alunos estão avançando, 37% são proficientes, 28% estão no nível básico e 14% abaixo do básico. Os números correspondem a 80,3% das escolas. A meta para 2024 é alcançar 63.2%. “Estamos trabalhando para superar os 70%, com expectativa de 80% em 2026 e 100% em 2030”, frisa o secretário.